Saúde mental na pós-graduação é tema de roda de conversa na Unifesspa
O Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) promoveu nesta quinta (5) uma roda de conversa sobre saúde mental, mediada pela Profa. Dra. Katerine Sonoda. Ela, que é psicóloga e professora na Faculdade de Psicologia da Unifesspa, iniciou a conversa fazendo uma exposição com a temática “Produtividade e performance: impactos na saúde mental dos pós-graduandos”.
“Falar sobre saúde mental nos diversos espaços é importante para que essa temática circule de forma mais ampla. O pós-graduando passa muito tempo investindo no desenvolvimento do projeto de pesquisa e é fundamental ter espaços como esse de fala, de compartir experiências, de falar sobre inquietações, angústias, avanços. Eu sinto que a minha fala saiu um pouco do lugar comum. Podíamos ter falado das diferentes psicopatologias, de prevenção, mas tentei problematizar, entenderem que não há receita pronta e para que fosse uma oportunidade de introspecção para pensarem nos próprios processos, na própria angústia”, destacou a professora.
No debate, diversas temáticas foram levantadas pelos estudantes, como a medicalização na saúde mental, pergunta feita pela mestranda Ana Cristina Santos, caloura no PDTSA. De como a instituição pode atender aos seus estudantes, indagação de Elizabeth Mantilla. E ainda, experiências, como Priscila Dias. “Essa conversa me ajudou a ver que não é um processo que acontece só comigo, mas é uma experiência na pós-graduação e que precisamos encontrar o equilíbrio nesta trajetória”, falou a mestranda.
O equilíbrio nas situações vivenciadas na pós-graduação também foi destacado por Henrique Silva, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática. “Sentimos o impacto das diferentes culturas na graduação quando chegamos ao mestrado, principalmente quanto ao hábito da leitura e produção acadêmica. Acredito que a cultura institucional nos programas de pós-graduação precisa ser revista para que a experiência da não seja desprazerosa”, disse o mestrando.
“Foi um evento importante. Precisamos discutir a saúde mental periodicamente nos diversos espaços, ampliar debates e dinamizar esta vivência na pós-graduação, de forma que seja produtiva, e não produtivista; que não traga adoecimento, mas, por meio da autocrítica, tenhamos prazer em pesquisar e reconhecer nossos limites de ações e de diálogo sobre as diversas situações”, destacou Eguinaldo Guimarães, mestrando no PDTSA.
Para o Coordenador do Programa, Prof. Dr. Hiran Possas, este é o encaminhamento: dialogar sobre saúde mental para criar uma política de atenção aos estudantes. “Quando pensamos na temática de saúde mental, não foi para atendimento de uma demanda específica do PDTSA, mas uma questão que precisa ser debatida na pós-graduação. E a professora Katerine tratou a temática com muita clareza, sem trazer receitas prontas ou tratamentos. Explicou que o sofrimento é inerente ao homem e precisamos calibrar nossa vivência, ainda que este seja um tema espinhoso, mas necessário para compreendermos o alcance desse equilíbrio entre as diversas atividades que desempenhamos”, concluiu.
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