Avaliação Quadrienal da Capes: resultados, avanços e desafios do PDTSA
Em seis anos de existência, o Programa de Pós-graduação em Dinâmicas Territoriais e Sociedade na Amazônia (PDTSA), vem se empenhando e somando todos os esforços na consolidação da Pós-graduação na região Sul e Sudeste do Pará, fato revelado na avaliação quadrienal dos programas de Pós-graduação realizada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), divulgada na quarta-feira, 20 de setembro.
A avaliação é realizada em diversas áreas do conhecimento seguindo um conjunto de quesitos estabelecidos por cada uma das áreas e discutidos e aprovados pelo Conselho Técnico Científico da Educação Superior (CTC-ES) (www.capes.org.br). Todos os programas de Pós-graduação reconhecidos no país, são avaliados por profissionais de renomado conhecimento e com rigor acadêmico, a partir das discussões e critérios debatidos pela comunidade acadêmico-científica com transparência e confiança. Um trabalho árduo importante para o estabelecimento de fomentos ao ensino e à pesquisa na Pós-graduação das IES brasileiras.
Nessa avaliação, o PDTSA é avaliado pelos pares da área interdisciplinar. Nos últimos anos, essa área é a que mais cresce em número de programas de mestrado e doutorado na CAPES, resultado da dinâmica atual do mundo do trabalho e do capital que demandam novas abordagens e métodos de investigação de objetos científicos complexos, como é o caso do contexto amazônico cuja diversidade territorial, econômica, social, política e cultural exige a adoção de novos referenciais teórico-metodológicos.
O objetivo do PDTSA é “estudar as dinâmicas da sociedade amazônica, no que concerne aos efeitos sociais e ambientais que se traduzem em desigualdades sociais e precárias condições de vida, de trabalho, de cultura, geradas pela forma como se organiza o capital na região e a sua relação com o Estado, sobretudo por intermédio da implementação de políticas públicas. Serão objetos de análise as forças sociais, políticas e ambientais e as representações discursivas destas práticas” (PCN-PDTSA, 2011), aspecto relevante da proposta que se conecta com a compreensão dos avaliadores.
Queremos destacar aqui aspectos do relatório que mostram os avanços alcançados, além dos desafios que se colocam, considerando que o Programa não é avaliado com relação a si mesmo (nosso crescimento nos últimos cinco anos) e sim com relação ao crescimento da Pós-graduação no país; segundo a CAPES, a região norte apresentou um bom desempenho na avaliação, pois a maioria dos cursos manteve suas notas, sobretudo os cursos novos, como é o caso do PDTSA.
O parecer dos avaliadores sobre o mérito do PDTSA salienta que “a proposta apresenta coerência entre as linhas de pesquisa e a área de concentração. O corpo docente tem formação diversificada que garante ações interdisciplinares no curso” (p.5-6), destacando ainda que “os projetos de pesquisa listados nos relatórios também estão em consonância com as linhas de pesquisa do programa, o que contribui para a formação do egresso pretendido” (p.1) confirmando que o PDTSA está no caminho de sua consolidação com a expansão do ensino e da pesquisa na área interdisciplinar na Amazônia.
No documento os pareceristas continuam asseverando que “o índice de distribuição de orientação do programa é bom quando comparado aos demais programas da área, indicando que há uma distribuição homogênea nas orientações concluídas em relação ao corpo docente permanente total” (p.2), aspecto que para nós do PDTSA é resultado de esforços coletivos (dos docentes, discentes, técnicos e bolsistas) no empenho cotidiano em avançar em nossas metas, percebido positivamente na avaliação da CAPES.
Outro aspecto positivo na avaliação dos pares foi que “a inserção social do programa nas relações com instituições governamentais e não governamentais, movimentos sociais, educação básica, tendo como base os projetos de dissertação que estão favorecendo à reflexão crítica sobre diferentes temas. Há ainda diferentes ações de cooperação nacional e internacional” (p.4), empenho sempre presente entre os docentes do programa, pois acredita-se que o dever do mestrado é manter e fortalecer, cada vez mais a parceria, o compromisso com a sociedade e com a educação básica. Vale destacar que todas as ações do programa estão divulgadas em sua página eletrônica, que, para esses consultores “está bem organizada e as informações referentes às linhas de pesquisa, corpo docente, disciplinas, legislação e editais são encontradas facilmente na página” (p.6).
Descrevem os avaliadores ainda que “quanto à qualidade das dissertações, o programa foi avaliado como bom para os índices de autoria discente e de produtos com autoria discente” (p.6). Do mesmo modo, reiteram os pares “Já a participação do discente na produção do Programa foi avaliada como bom. O tempo médio de titulação foi de 26 meses, condizente com o tempo médio de titulação na área” (p.6), aspecto que está relacionado com a parceria construída no programa entre docentes e dissentes com a responsabilidade de consolidar o programa dentro do que é exigido pela CAPES.
Acerca da produção do Programa, destacamos que foram publicados nos cinco anos em pauta 106 artigos em periódicos (dos quais a CAPES considerou 97); desses, 25 foram publicados em revistas com Qualis entre B1 e A1, considerados extratos mais altos da produção científica nacional (os avaliadores consideraram apenas 17). Foram publicados ainda 95 livros trabalhos na forma de livros e capítulos de livros, cuja avaliação ainda não acessamos. Publicamos 159 trabalhos em anais de eventos e organizamos 58 eventos no período (cujo peso é muito baixo nas avaliações da área, mas significam muito em termos de visibilização de nossa produção no meio científico).
As fragilidades apontadas pela CAPES elencam a presença de oferta de disciplinas sob reponsabilidade de um único docente (questão que já estamos corrigindo para a oferta de 2018), a pouca publicação conjunta de docentes e discentes (cuja execução começou desde 2016, mas que ainda precisa ser incorporada como tarefa, especialmente relativa às divulgações dos achados de pesquisa nas dissertações) e o equilíbrio na quantidade de publicações de melhor Qualis, são aspectos a serem enfrentados nos próximos anos.
Essa avaliação positiva da proposta do PDTSA, que tem uma recente trajetória tanto em nível de Universidade, quanto de Pós-graduação, nos estimula mais ainda a perseguir em nosso compromisso com uma educação pública de qualidade na Amazônia. Outrossim, que temos muitos desafios a serem ultrapassados em curto e médio prazos e para os quais contamos com o apoio da Reitoria, Pró-reitoria de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação Tecnológica (PROPIT) e do Instituto de Ciências Humanas, da Unifesspa, que se dedicam na construção e ampliação da pós-graduação na região.
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